Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de 2019

Eleições legislativas 2019 - Os inícios da mudança

Analisando estas recentes eleições exclusivamente em termos políticos e numa lógica partidária, ficou evidente a emergência de novos partidos surgidos de cisões e dissidências - Bloco de esquerda ---- PAN, Livre; PSD ---- Chega, Iniciativa Liberal, Aliança, para além de outros exemplos. Este maior dispersão de votos veio dar um abanão, ainda incipiente ou pouco mais do que incipiente, na habitual estrutura político-partidária. E esse abanão pode aumentar muito de grau num futuro a médio prazo (talvez uns 20 anos). Estou a falar e a especular à distância, mas isto é muito certamente o início de mudanças na configuração política do país. Tal só não acontecerá se a situação económica resvalar e entrarmos em nova crise económica, ora, está aqui a oportunidade de os partidos pequenos passarem a ter cada vez mais representatividade e maior força, ao mesmo tempo que se inicia a derrocada dos partidos do sistema.  Esta situação já é visível com o CDS, que não tem gente à altura para rep

Os primórdios do ateísmo e a física quântica

Heraclito, Demócrito, Epicuro e Lucrécio foram os ateus da antiguidade clássica. Manifestavam, ou pretendiam manifestar, um plano alternativo representativo quer no campo moral assim como no campo dos fenómenos naturais.  Nos séculos XVII e XVIII o ateísmo passou a ser visto como uma reacção contra o poder da religião organizada, isto é, das igrejas, especialmente, contra o poder da igreja de Roma e dos seus zelotas da inquisição. A partir do século XIX o ateísmo conheceria um novo impulso, quando descobertas científicas vieram reforçar a convicção de que tudo podia ser explicado pela interacção das forças naturais, contrapondo um materialismo irredutível a todos os idealismos que admitissem o sobrenatural. Filósofos como Marx ou Nietzche, que proclamavam a morte de Deus, e polémicas como as suscitadas pela teoria da evolução das espécies proposta por Darwin permitiram a sedimentação de uma ateísmo teórico que teria expressão política no anticlericalismo radical dos

A mentira liberal

A partir de meados do século XVIII com a emergência da ciência moderna, o homem descobre a possibilidade de manipulação da matéria. Substitui assim o primado da contemplação desinteressada da natureza pelo primado da acção concreta sobre a natureza com fins utilitaristas. Segundo a expressão cartesiana, o homem torna-se « mestre e possuidor da natureza », herdeiro de um novo fogo "prometeano".   A liberdade passa a ser concebida em termos de potência e poder [de manipulação da matéria], preâmbulo da era das grandes invenções. Quando o eticismo humano se reduz à sua inexpressão, a liberdade destitui-se da sua capacidade de amar e de consentir ao bem. A possibilidade do mal passa a ser a condição do exercício da nossa liberdade - e neste contexto materialista - a ausência de impedimentos exteriores, a liberdade nada mais representa que um puro movimento de inércia humana. O Maio de 68 representou o culminar da antropologia hobesiana e spinoziana: "É proib

A maior mentira do mundo - o marxismo

Nos anos 60 do século XX, uma delegação sindical inglesa visitou os principais centros fabris da antiga URSS. Ficou a mesma profundamente impressionada com as más condições das fábricas soviéticas; deficiente ventilação, péssimas condições sanitárias, maquinaria sem as devidas protecções, mulheres a realizarem tarefas que em Inglaterra eram unicamente realizadas por homens, baixos salários, etc. Segundo os cálculos feitos por essa comissão sindical, um trabalhador russo casado e com 2 filhos, pagava o dobro dos impostos em relação a um operário inglês nas mesmas condições. Para comprar roupa, por exemplo, precisava do dobro ou até o triplo de horas de trabalho relativamente a Inglaterra.    O paraíso marxista, panorama fantástico ... mas transportando o cenário para a nossa actual época as condições miseráveis continuam...     Sustentava o marxismo que o governo do proletariado era uma inevitabilidade. Esqueceu-se, muito convenientemente, que qualquer acção de pro

O significado do Nacionalismo

O termo Nacionalismo ainda se presta a muitas confusões que convirá esclarecer. Houve uma época em que o Nacionalismo serviu para ocultar as conveniências dos totalitarismos, mesmo do comunismo, em diversos países e territórios.   Pode dizer-se que há duas espécies de Nacionalismo - o primeiro  - considera a nação o valor supremo - o segundo - atribui à nação o valor do melhor meio para a pessoa alcançar os seus fins últimos.   No primeiro caso, o Nacionalismo traduz-se numa doutrina de exclusão da caridade internacional, do egoísmo das raças, do desprezo pela personalidade. No segundo caso, é o amor da Pátria, elevado a grau máximo do qual derivam para a colectividade a maior soma de benefícios e de vantagens.   Maurras dizia que de « todas as liberdades humanas a mais valiosa é a independência da Pátria .» O mesmo fez também uma importante distinção entre patriotismo e nacionalismo, considerando o primeiro ligado à ordem natural e o segundo à ordem moral e esp

Como podemos libertar a linguagem das ideologias?

Para libertar a linguagem das falsidades associadas às ideologias exige-se uma investigação e uma correcção semântica permanente. A deturpação e a truncagem de termos e significados não é simples de reverter, exigindo uma depuração linguística que só se consegue com muito estudo e dedicação. A "velha atitude do deixa andar" não pode continuar, necessário se mostra desmontar os mitos e os entendimentos enviesados da realidade. Como dizia Eric Voegelin, a realidade efectiva e a realidade alternativa são descontínuas, porque o homem pode criar uma realidade alternativa e actuar sobre a mesma mas de modo algum pode fazer o mesmo com a realidade efectiva. Ora, o que acontece, a todo o instante, é que a realidade alternativa sobrepõe-se, ou pelo menos tenta sobrepor-se, à realidade efectiva o que origina distorções, enganos e mentiras. E a mentira, ao fim de algum tempo, torna-se verdade na mente dos que não pensam. É precisamente isto que se passa na cultura intelectual dos

Como as ideologias sequestram a linguagem?

A ouvir com atenção, esta pequena entrevista revela muito coisa interessante que não tem tido a devida atenção que merece ter. As ideologias hoje são um poderoso instrumento de distorção da realidade, da verdade e do bom senso. Para além de justificarem actos injustificáveis e de confundir, a todo o momento, o bem e o mal, a ideologia impede o correcto funcionamento do pensamento e da intelectualidade.

Arde tudo, é tudo para arder

O inferno está ao rubro no centro do país. Arde tudo numa fúria incontrolável de impunidade, desleixo, incúria e baixeza moral. Mas nada disto é surpreendente quando sabemos que Portugal não tem lei nem justiça. Tem piada ouvir o 1º ministro dizer que a culpa dos incêncios é dos autarcas. Até pode ser, em parte, mas a primeiríssima responsabilidade é do governo e da pessoa do 1º ministro. Esta atitude, de descartar responsabilidades, é bem típica da classe política de caca do nosso país.  Provocam-se incêndios propositados para a máfia dos meios aéreos lucrar milhões e milhões à custa da desgraça alheia. Ardem matas, quintais, casas, pessoas e bens na maior impunidade. A desertificação do interior avança, e os meios para acelerar esse processo não interessam nada à pandilha que (des)governa este cantinho à beira-mar plantado, desde que os objectivos sejam atingidos.  As populações deveriam meter o governo em tribunal, porque o mesmo tem obrigação de defender as populações e nã

O socialismo como modelo de perversão mundial

O socialismo como fraude ideológica, filosófica e social mais do que comprovada, continua ainda hoje, apesar de todos os estragos cometidos, a ter adeptos ferrenhos e a iludir povos, pessoas e nações. Talvez porque a mentira fácil, dócil e inocente faça parte dos seus pressupostos. Por outro lado, o socialismo dando-se ares de modernismo e de um certo inconformismo a todos os que não pensam, ou se desabituaram de pensar, continua a ser atractivo para uma sociedade que renega o seu passado, as suas tradições históricas e culturais, que vive uma espécie de "presentismo" onde o passado "nunca deveria ter acontecido" e o futuro perfeito moldado pela acção socialista "será uma inevitabilidade para benefício de toda a humanidade". Isto vem a propósito de um livro escrito por Edgar Morin e Stéphane Hussel em 2011, intitulado O Caminho da Esperança , onde os mesmos debitam as suas incoerências socialistas ao mais alto nível. Mas vejamos aqui algun

A União Europeia é governada por um gigantesco balde de merda

A pouca vergonha e o desplante destes merdas que (des)governam a nojice da UE, não conhece limites. Até o Putin já se apercebeu da incongruência das políticas da UE, e critica, de forma descomprometida e descomplexada as políticas insanas desta UE caduca, tola, imberbe e totalmente à deriva. Chamai-o de racista e de xenófobo, pois ele está literalmente se cagando para isso, com o cu todo... Putin afirma claramente a política estúpida da UE.

A dimensão jurídica das cruzadas

O aspecto jurídico-constitucional das cruzadas refere-se à autoridade competente para proclamar a guerra santa. Na perspectiva cristã, fundada na distinção entre dois poderes - o poder temporal e o poder espiritual -, compete aos príncipes temporais declarar a "guerra justa", mas somente ao Papa compete proclamar a cruzada. Do carácter de sociedade perfeita que lhe é próprio, deriva, com efeito, para a igreja, pleno jure , o poder de coacção, tanto no plano espiritual como no plano material: as cruzadas constituíram disso uma expressão histórica. A história das cruzadas está intimamente ligada à história do papado. No século XI, uma época em que a cristandade se viu dilacerada por discórdias e a igreja representava o supremo ponto de referência, foi um Papa, Urbano II, quem conseguiu reunir os príncipes cristãos sob uma só bandeira para deter o avanço dos turcos e libertar a Terra Santa. As bulas das cruzadas e os cânones dos concílios apresentam sempre, como fim p

Porque é que o islamismo não é uma religião?

A religião e a política formam no Islão um todo único e indivisível. O slogan " o Corão é a nossa constituição " exprime muito claramente a íntima união existente no Islão entre a política e a religião e pode ser contraposto à máxima do Evangelho " dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus ". Querem melhor exemplo de que o islamismo não é uma religião e sim uma ideologia política perversa!? No Islão, como afirmou o orientalista Bernard Lewis, não existe qualquer distinção entre o Estado e a religião, trata-se somente de um único poder. Ao contrário do Cristianismo no qual a esfera espiritual é claramente distinta da temporal, para o Islão, a fé é, na sua essência, um valor da ordem política. Os teólogos e juristas medievais clássicos só reconheciam legitimidade à ordem política quando submissa à religião. Enquanto que no Islão, religião e Estado, representam simultaneamente a mesma ordem submissa ao Deus único através de ritos codificados e, ao mesm

A mentira gayzista - parte II

Se alguém — para raciocinar per absurdum — alegar que o gosto pode ser origem de direitos, mas a repugnância não, então a resposta será a seguinte: O que define o homossexualismo não é a atração pelo próprio sexo, mas a indiferença ou rejeição ao outro, assim como o que define o heterossexualismo não é a atração pelo outro sexo, mas a rejeição ou indiferença ante o próprio. O homossexualismo como mera conduta é uma coisa, como padrão libidinoso é outra. A conduta homossexual pode ser acidental ou ocasional. O homossexual propriamente dito tem ou pretende ter um padrão, uma estrutura libidinosa específica, diferente da do heterossexual. O padrão homossexual define-se pela exclusão das relações com pessoas dotadas de órgãos genitais diferentes: a rejeição da vagina, pelos homossexuais masculinos; do pénis, pelas lésbicas. Dispensar o diferente, satisfazer-se com o semelhante — eis o núcleo do padrão homossexual. O travesti é um fenómeno diverso: é uma incorporação do diferente,

A mentira gayzista

OS GAYS encontram talvez menos satisfações no seu tipo peculiar de jogos sexuais do que nos mitos lisonjeiros que cultivam a propósito de sua comunidade. Um desses mitos é o de que são marginalizados e perseguidos. Outro é o da sua superioridade intelectual. Contra a primeira dessas crenças permanece o facto de que alguns dos tiranos mais sanguinários da História foram gays, entre outros Calígula e Mao TséTung. Aquele mandava capar os jovens bonitos para tomá-los como noivas; este comia à força os guardinhas do Palácio da Paz Celestial, enviando os recalcitrantes à paz celestial propriamente dita. Mas esses casos célebres não são excepções: destacam-se sobre o fundo negro de uma regra quase geral. Na Índia, no século passado, milhares de meninos foram comprados ou roubados de suas famílias e levados à força para servirem em bordéis homossexuais na Inglaterra. Na China aconteceu coisa semelhante. Na Alemanha e na França, clubes e círculos fechados de homossexuais sempre esti

A maçonaria - seita satânica

De seguida transcreve-se a forma como Barruel descrevia a evolução subversiva da maçonaria através das "lojas traseiras" ou "lojas de rectaguarda" de grau em grau, até ao ódio de Cristo: Nos dois primeiros graus, isto é, o de aprendiz e o de companheiro, a seita começa logo por verter à sucapa as palavras liberdade e igualdade. De seguida, os noviços são entretidos com jogos pueris ou de fraternidade e com refeições maçónicas; mas desde logo os noviços são acostumados ao mais profundo segredo através de um discurso intimidatório e dissuasivo. No grau seguinte, o de mestre, correspondente ao terceiro grau, é contado ao noviço a história alegórica de Adoriram e de Hiram que precisam de ser vingados, e da palavra encantada que é preciso reencontrar. No grau de eleito, os noviços são instigados a vingarem-se, sem no entanto lhes ser dito sobre quem deve recair essa vingança. É-lhes lembrado os patriarcas, o tempo em que os homens não tinham, segundo as

Vítimas e vitimizações

Li aqui há dias um artigo de opinião transcrito do jornal online " The Economist ", que mais uma vez vem ajudar à causa da vitimização dos Roma (vulgo ciganos). Mas o artigo, de um momento para o outro, dá a mão à palmatória quando afirma que os Roma também sofrem com os problemas da sua lavra. E daqui é que nascem todos os restantes problemas. Mas vejamos o que diz um excerto do artigo: « Os jovens ambiciosos são muitas vezes controlados e mantidos afastados pelas próprias sociedades intensamente patriarcais e conservadoras». «As raparigas são casadas na adolescência e os rapazes postos desde cedo a trabalhar em vez de estudar.»   Mais à frente prossegue dizendo : « Cansados das hostilidades que enfrentam por parte do mundo exterior, as comunidades têm tendência a isolarem-se da sociedade e das respectivas leis .»   Elucidativo q.b., não para o autor deste artigo e para outros da sua tutelaria, estes excertos que acabamos de ler definem bem esta etnia. N

Gnosticismo e religiões políticas em Voegelin

O gnosticismo, ou mais exactamente, o neognosticismo, é considerado segundo Voegelin, como um sistema de crenças que nega e rejeita a estrutura da realidade, em particular, a da natureza humana sendo esta substituída por um mundo imaginário idealizado por pensadores gnósticos e controlado por activistas gnosticistas. [qualquer semelhança com a actualidade é pura coincidência?] Deste primeiro "ismo" surgiram todos os outros "ismos" o que deu origem ao nascimento das religiões políticas do século XIX e XX. Segundo a definição de Voegelin, a religião política é uma nova categoria de pensamento gerada por um grande movimento de massas. As religiões políticas,  e sempre segundo Voegelin, ancoram-se no gnosticismo que recusa a estrutura da realidade. Essa recusa provoca a rejeição de uma ordem superior e divina, derivando para um mundo imaginário onde surgirá "o novo homem e o novo mundo". A escatologia imanentista da civilização. Voegelin

Racismos incoerentes

O termo racismo é aplicado de uma forma totalmente incoerente, havendo uma constante confusão entre o termo e o seu significado, provocando uma descontextualização que leva a que seja também confundido com o etnocentrismo. Deve dizer-se que ao contrário do que possam pensar a maior parte das pessoas, o termo racismo é relativamente recente, inexistente na sua essência, e a sua definição não corresponde bem à realidade. Embora reconhecendo que sociologicamente, certas tensões e estados de espírito podem fazer com que venham ao de cima certos "racismos" tal como são definidos pela ortodoxia vigente. Mas isso é outro problema que na realidade nada tem a ver com racismo.Tem sobretudo a ver com um preconceito que criaram sobre eles próprios (as supostas vítimas de racismo) e sobre os outros (os que são considerados racistas). Não estou aqui a dizer que não haja pessoas racistas segundo a definição actual do racismo, existem e existirão sempre, mas são e serão sempre

Os três mundos de Karl Popper

Karl Popper construiu a teoria dos 3 mundos para explicar o problema da relação corpo-mente e embora esta teoria dos 3 mundos não explique essa relação na totalidade, dá-lhe pelo menos um sentido que pode ajudar a perceber este dualismo ou interacção, melhor dizendo, entre o corpo e a mente. Segundo Popper, trata-se do problema mais profundo e mais difícil da filosofia, o problema central da metafísica moderna. Como o homem é um ser espiritual, um ego, uma mente que se encontra intimamente ligada a um corpo sujeito às leis da física, ele encerra em si mesmo e também o problema da liberdade humana, que em todos os aspectos, incluindo político, é um problema fundamental; encerrando o problema da posição do homem no mundo físico, no cosmos físico, que é o mundo 1 de Popper. Esta teoria foi desenvolvida em oposição às doutrinas do materialismo, baseada numa definição especial da realidade, segundo a qual algo é real se puder afectar o comportamento de um objecto de grande esc

O duplo défice - mental e abstracto

Se alguma pessoa se der ao trabalho de fazer um exercício rigoroso sobre a política portuguesa dos últimos anos não deixará por certo de ficar preocupada. Os fundos que Portugal recebeu durante estes anos foram na realidade saqueados pelos políticos, pelas suas clientelas e pelos seus agentes que se serviram desse expediente para criar grupos de influência fortíssimos, quer em  Portugal quer nos corredores de Bruxelas, embora aqui em grau e importância diferentes. E é por isto mesmo que existe um défice associado às economias dos países. O défice não é mais do que a «linha delimitadora» dos terrenos passíveis de serem pisados. Nada mais do que isto, apesar de todo o chinfrim e carnaval associados a esta questão. É a chamada cosmética financeira .   Assim se compreende o engodo que andam os nossos governantes a criar por causa do défice! Castigam a classe trabalhadora e ilibam os verdadeiros culpados , num processo tão grosseiro e abusivo que se tornou uma mina de dinhei

A aparência mental do mundo quântico

Paul Dirac dizia numa conferência realizada em 1993 que «a natureza aleatória dos saltos quânticos não era feita às cegas como a palavra aleatória poderia deixar supor.» É feita uma escolha, continuava Dirac, dizendo ainda que neste caso, escolha, se definia como «qualquer fixação de algo que é deixado livre pelas leis da natureza.» O que Dirac pretendia dizer é que os saltos quânticos estavam à margem das leis da natureza, tal como as conhecemos.   Não é fácil conceber ou ter uma ideia sobre as leis que possam reger os saltos quânticos, se é que lhes podemos chamar de leis. Já mais de uma vez foi sugerido por diversos investigadores e cientistas que nos saltos quânticos, o sobrenatural se impõe ao natural. Na realidade quântica a linha de demarcação entre o natural e o sobrenatural não é clara, tornando-se difusa e opaca, o que provoca uma fusão dos dois domínios e entrando-se pela metafísica adentro.   Como a natureza do ser humano é molecular, estamos sujeitos ao

Nacionalismo e tradição, leitura e escrita

Escrever algo que seja nos dias actuais que possa ser lido por um número considerável de pessoas tornou-se um exercício de puro delírio. A própria palavra acima utilizada, "actuais", resume bem esta questão. Segundo os cânones do (des)acordo ortográfico, passa a palavra a escrever-se "atuais". Ora, hoje fica sem o c amanhã serão eliminadas as restantes letras... Todos os grandes pensadores e orientadores da área nacionalista, como de Maistre, Bonald, Ficht, Hegel, Dubois, Évola e tantos outros, considerados intolerantes pelo "establishment intelectual", tinham de uma forma ou de outra conhecimentos das antigas tradições. Estas antigas tradições estão hoje bem longe de serem do conhecimento geral. Vivemos numa mentira . Vivemos numa mentira em que se define o presente com a perspectiva assustadora do futuro e da consequente morte. Para a mentira continuar a funcionar, as "verdades" dos conhecedores das antigas tradições não podem

A herança filosófica da esquerda e da direita

Ser conservador hoje é sobretudo reconhecer uma ordem natural das coisas que o homem não pode modificar sem causar grandes destruições. Sejam elas materiais ou espirituais. Mas ser-se conservador é mais do que simplesmente o acima dito, é a compreensão clara que a tradição tem um papel muito importante para qualquer aspiração de progresso. Tal como assistimos hoje, o homem, sendo autor de uma "ordem artificial" pode modificá-la mediante a evolução dos acontecimentos. A intuição de um conservador consegue perceber a existência de uma ordem natural da qual o homem não é o autor, mas o mesmo é inevitavelmente participante nessa ordem, podendo modificá-la e moldá-la. Todos aqueles que não percebem ou intuem esta ordem, foram de diversas formas "formatados" pela ideologia do contrato social, que rejeitava pura e simplesmente a natureza política do homem, considerando a sociedade como uma convenção puramente humana. É provável que esta ideologia desconstru

Ao que chegou a democracia

Quando se chega a um ponto em que se pretende justificar tudo o que existe, seja bom ou mau, com a democracia é sinal de que não existe democracia. É paradoxal esta afirmação pois, como pode uma coisa não existir se se diz que ela existe? Analisando com alguma profundidade esta questão, a democracia existe formalmente mas nunca existe num patamar do qual as simples "massas" possam retirar daí algum provento. E como muito bem sabemos a democracia dita parlamentar, que é mais ou menos a que vigora por todo o lado, baseia-se numa série de pressupostos e teses que nunca foram muito democráticos. A história explica muito bem porquê.   A democracia hoje serve todo o tipo de torpesas inimagináveis, serve ambições sarcásticas e propósitos muito duvidosos. É ver como qualquer político de qualquer partido utiliza hoje o termo democracia: "uma muleta muito útil para outros voos". Enquanto o simples eleitor é "esfolado" no simples acto de se ver cons

Democracia e fraude

Onze dias após a implantação da república, Ramalho Ortigão escrevia a Teófilo Braga:  « Nada, em política, me é mais profundamente antipático do que o votismo e o parlamentarismo, que eu considero os destruidores agentes da capacidade administrativa .» Não será necessário aqui transcrever as palavras de justa e viva ironia com que Eça de Queiróz mimoseou o regime da urna e do voto. Os partidos (actual partidocracia, e não democracia) são extremamente simpáticos aos teóricos da democracia pura, por serem considerados factores de divisão, e incompatíveis com a unidade e a homogeneidade da nação, que no fundo é o que lhes interessa. Dividir para reinar. Qualquer eleito de qualquer democracia de votos na urna (é ver o pleonasmo que esta última palavra encerra) é obrigado a ludibriar as massas, servindo uma multidão de interesses particulares, os quais, quase sempre, se opõem ao interesse da nação. O ludibrio das massas faz parte do ideário de todos os partidos polít

Os barbarismos da democracia - competência e arbitrariedade

«Os doutores em ciência política feitos pelo povo são os representantes apaixonados das paixões populares. Nesse caso são os piores legisladores! ... É excelente que no vértice ou, para melhor dizer, em torno dos factos e assuntos sociais, haja representantes das paixões populares para que possa saber-se até onde é perigoso marchar em determinada direcção e para que se saiba não o que a multidão pensa, porque esta nada pensa, mas o que sente, para não a contrariar muito violentamente, mas para não lhe obedecer também... Pelo que diz respeito a paixões, a indicação é de que se deve ir directamente contra a opinião pública, e é bom que se manifeste pelo sufrágio universal. (...) A competência por colação é um absurdo na parte respeitante à criação de leis; é uma pseudo-competência pelo que se refere a fornecer indicações acerca do estado fisiológico de um povo; resultando desses factos que essa competência é tão má em república quão salutar em monarquia, o que equiva