Avançar para o conteúdo principal

Como podemos libertar a linguagem das ideologias?





Para libertar a linguagem das falsidades associadas às ideologias exige-se uma investigação e uma correcção semântica permanente. A deturpação e a truncagem de termos e significados não é simples de reverter, exigindo uma depuração linguística que só se consegue com muito estudo e dedicação. A "velha atitude do deixa andar" não pode continuar, necessário se mostra desmontar os mitos e os entendimentos enviesados da realidade. Como dizia Eric Voegelin, a realidade efectiva e a realidade alternativa são descontínuas, porque o homem pode criar uma realidade alternativa e actuar sobre a mesma mas de modo algum pode fazer o mesmo com a realidade efectiva. Ora, o que acontece, a todo o instante, é que a realidade alternativa sobrepõe-se, ou pelo menos tenta sobrepor-se, à realidade efectiva o que origina distorções, enganos e mentiras. E a mentira, ao fim de algum tempo, torna-se verdade na mente dos que não pensam. É precisamente isto que se passa na cultura intelectual dos nossos dias, e se quisermos ter futuro, como sociedade sustentável, as mentiras têm de ser desmascaradas.








Comentários

Mensagens populares deste blogue

Islâmicos podem negar o holocausto

Leio por estes dias e por linhas travessas que em Inglaterra, os governantes do país preparam legislação especial para a comunidade muçulmana poder negar o holocausto - noutras versões é o "holoconto" -, enquanto os não muçulmanos continuam a não poder negá-lo. Não sei (ainda) o que é mais grave, se a abertura deste precedente, ou o facto de o mesmo ser atribuído a uma sociedade islâmica que pretende um novo imperialismo, baseado numa teocracia abjecta. Se a notícia se confirmar, os judeus, ciganos, eslavos, católicos e oposicionistas são completamente desconsiderados e as suas memórias conspurcadas pelo aviltamento mais baixo e vergonhoso.. o direito à diferença não pode justificar precedentes desta natureza, em que o que é verdade para uns, já possa ser mentira para outros.

A aparência mental do mundo quântico

Paul Dirac dizia numa conferência realizada em 1993 que «a natureza aleatória dos saltos quânticos não era feita às cegas como a palavra aleatória poderia deixar supor.» É feita uma escolha, continuava Dirac, dizendo ainda que neste caso, escolha, se definia como «qualquer fixação de algo que é deixado livre pelas leis da natureza.» O que Dirac pretendia dizer é que os saltos quânticos estavam à margem das leis da natureza, tal como as conhecemos.   Não é fácil conceber ou ter uma ideia sobre as leis que possam reger os saltos quânticos, se é que lhes podemos chamar de leis. Já mais de uma vez foi sugerido por diversos investigadores e cientistas que nos saltos quânticos, o sobrenatural se impõe ao natural. Na realidade quântica a linha de demarcação entre o natural e o sobrenatural não é clara, tornando-se difusa e opaca, o que provoca uma fusão dos dois domínios e entrando-se pela metafísica adentro.   Como a natureza do ser humano é molecular, estamos su...

A justiça entre o pensamento e a terminologia

O pensamento e a terminologia sobre a justiça, dizia E. Dupréel [Traité de Moral , Bruxelles, 1932, Tomo II, pp. 485 a 496], desde sempre incitaram a uma confusão entre os valores da justiça e os valores morais. Pensados muitas vezes como iguais e totalmente correspondentes, o que não é bem verdade.  A literatura moral e religiosa reconhece o homem integralmente honesto e prestável ao próximo; a justiça não é mais do que o nome comum de todas as meritocracias, o que possibilitou ao classicismo estabelecer a ideia fundamental - a moral tem como principal mola orientadora ensinar e demonstrar o que é justo fazer e o que não é justo fazer - a razão deve assim ensinar-nos a distinção entre o justo e o injusto. A justiça, sendo uma virtude entre outras, está fundada na moral. Claro que um conceito muito próprio de classificar de justas concepções sociais adquiridas e preconizadas, nem sempre permitem a melhor justiça. A própria história revela muitos exemplos, por mais revoluções, ...