O termo Nacionalismo ainda se presta a muitas confusões que convirá
esclarecer. Houve uma época em que o Nacionalismo serviu para ocultar as
conveniências dos totalitarismos, mesmo do comunismo, em diversos
países e territórios.
Pode dizer-se que há duas espécies de Nacionalismo - o primeiro -
considera a nação o valor supremo - o segundo - atribui à nação o valor
do melhor meio para a pessoa alcançar os seus fins últimos.
No primeiro caso, o Nacionalismo traduz-se numa doutrina de exclusão da
caridade internacional, do egoísmo das raças, do desprezo pela
personalidade. No segundo caso, é o amor da Pátria, elevado a grau
máximo do qual derivam para a colectividade a maior soma de benefícios e
de vantagens.
Maurras dizia que de «todas as liberdades humanas a mais valiosa é a
independência da Pátria.» O mesmo fez também uma importante distinção
entre patriotismo e nacionalismo, considerando o primeiro ligado à ordem
natural e o segundo à ordem moral e espiritual, distinção esta que
parece um pouco incompleta. O nacionalismo moderado é a doutrina do
patriotismo, desde o seu plano sentimental ao plano da inteligência e
das ideias. É uma doutrina viva que se renova constantemente.
Hipólito Raposo disse uma altura: «Nesta hora confusa em que os partidos
e várias formações revolucionárias da república se intitulam
nacionalistas, cumpre-nos reivindicar o carácter tradicionalista e
legitimista do Nacionalismo Português. Quem se disser nacionalista em
Portugal, se não for inconsciente ou impostor, tem o dever de confessar a
monarquia e de reconhecer o Rei.»
Quase de significado tão confuso e tão
diverso como a democracia, o Nacionalismo, não goza, no entanto, do
prestígio da democracia, não tendo conseguido conquistar as massas pouco
cultas, sendo antes encarado com desconfiança, porque os nacionalismos
são apontados como os causadores das duas primeiras guerras mundiais. O
que até poderá ser verdade no caso da 1º guerra mundial, mas de maneira
nenhuma o foi no caso da 2ª guerra mundial.
Numa época como a nossa em que o poder infernal do «marxismo cultural»
avulta e se impõe por toda a parte, os que afinal, foram seus modelos filosóficos e os causadores da sua expansão, procuram
fazer-lhe frente, içando bandeiras nacionalistas como numa última e
desesperada tentativa de salvarem os seus bens e as suas pessoas. Mas,
apenas nós, os monárquicos, os mais ricos de valores morais e
espirituais - por isso mesmo os mais ameaçados pelo marxismo cultural -
somos os que temos mais a perder.
Mas também somos os mais esclarecidos e os mais conscientes, e não nos
podemos deixar enredar no "silvado" dos equívocos, porque o
esclarecimento das confusões é sempre trabalhoso, doloroso e repleto de
surpresas.
Nós não somos apenas nacionalistas, dizia Pequito Rebelo, somos bem mais
do que isso: somos monárquicos. Assim como somos católicos, na certeza
de que ninguém poderia julgar-se habilitado a concluir daqui que não
acreditamos em Deus.
«Mas, apenas nós, os monárquicos, os mais ricos de valores morais e espirituais - por isso mesmo os mais ameaçados pelo marxismo cultural - somos os que temos mais a perder.»
ResponderEliminarO problema, caro Emídio, é que as figuras de proa no "movimento" monárquico (chamemos-lhe assim, "movimento", só para efeitos desta discussão), são do mais universalista e globalista que existe. Veja-se o caso de D. Duarte Pio, que defende o retorno às nossas ex-colónias. Ou o caso do príncipe Carlos de Inglaterra, com a sua defesa constante do Islão e da Arábia Saudita. Ou os vários casos de herdeiros reais europeus que casaram com gentes de outras terras -e até de outras raças- só por interesse... ou pior, por modernice. É difícil levar esta gente a sério!
Eu não hesitaria em lutar por um novo Afonso Henriques, um novo Mestre de Avis, um João II ou um novo João IV. Mas entre os líderes monárquicos que temos actualmente e o Marcelo Rebelo de Sousa, a diferença não é muito grande...
Nem mais caríssimo. Quando me refiro aos valores monárquicos, refiro-me concretamente à monarquia antiga, à monarquia dos grandes monarcas, D. Afonso Henriques, D. Afonso III, D. João II e D. João V. Eu sou um saudosista por natureza e como tal, não gosto nada da sociedade em que vivemos actualmente. Cumprimentos caríssimo.
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