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A maçonaria - seita satânica

De seguida transcreve-se a forma como Barruel descrevia a evolução subversiva da maçonaria através das "lojas traseiras" ou "lojas de rectaguarda" de grau em grau, até ao ódio de Cristo:

Nos dois primeiros graus, isto é, o de aprendiz e o de companheiro, a seita começa logo por verter à sucapa as palavras liberdade e igualdade. De seguida, os noviços são entretidos com jogos pueris ou de fraternidade e com refeições maçónicas; mas desde logo os noviços são acostumados ao mais profundo segredo através de um discurso intimidatório e dissuasivo. No grau seguinte, o de mestre, correspondente ao terceiro grau, é contado ao noviço a história alegórica de Adoriram e de Hiram que precisam de ser vingados, e da palavra encantada que é preciso reencontrar. No grau de eleito, os noviços são instigados a vingarem-se, sem no entanto lhes ser dito sobre quem deve recair essa vingança. É-lhes lembrado os patriarcas, o tempo em que os homens não tinham, segundo as suas pretensões, outros cultos que não os da religião natural, onde todos eram padres e pontífices; ainda não é revelado aos noviços que é preciso renunciar a todas as religiões reveladas desde os patriarcas. Este último mistério é desvelado nos graus escoceses. Os maçons são finalmente declarados livres; a palavra encantada tão arduosamente buscada é a do deísta, o culto de Jeová, tal como foi reconhecido pelos filósofos naturalistas. O verdadeiro maçon torna-se num pontífice de Jeová; é aqui que o grande mistério é apresentado, petrificando todos os que não pertencem à seita. No grau dos Cavaleiros Rosa-Cruz, o que maravilhou a palavra, e que destruiu os cultos de Jeová, é o autor da religião cristã; é de Jesus Cristo e do seu evangelho que é necessário vingar os irmãos, os pontífices de Jeová. Finalmente, no grau de kadosh, o assassino de Adoriram torna-se o rei que é preciso matar para vingar o grande mestre Molay, e a ordem maçónica sucessora dos templários. A religião que é imperioso destruir, para renovar a palavra e a doutrina da verdade, é a religião de Jesus Cristo e todo o seu culto fundado sobre a revelação. A palavra em todo o seu entendimento, é a liberdade e a igualdade a restabelecer mediante a extinção de todos os reis e pela abolição de todos os cultos. Tal é a ligação e a marcha dos acontecimentos, tal é o conjunto do sistema maçónico; e é assim que, pelo desenvolvimento sucessivo do duplo princípio da igualdade e liberdade, da alegoria do mestre dos maçons que tem de ser vingado e da palavra que tem de ser reencontrada. (...) A seita conduz os seus adeptos de segredo em segredo, ao código da revolução e do jacobinismo.
A todos aqueles que contestam que todos os maçons sejam iniciados neste caminho perverso, o mesmo responde com uma nuance a merecer atenção:
Mas quanto mais terríveis são esses mistérios escondidos nas "lojas traseiras", mais os historiadores devem insistir na multitude de maçons honestos que nada viram de semelhante nas suas sociedades. Não há nada mais fácil do que ser "lorpa" na maçonaria. Qualquer um pode sê-lo, sobretudo os que apenas buscam nas lojas a facilidade de fazer conhecimentos e amizades ou de preencher o vazio da sua ociosidade. É verdade que muitas vezes este império de amizades não se estende para além das lojas. (...) 
Sempre na mesma lógica, Barruel descreve como através de uma hábil dissimulação para o comum dos irmãos sobre o significado das iniciações, a seita consegue afastar dúvidas e medos, até que estajam reunidas as condições para que o pequeno número de "profundos adeptos" seja conduzindo de grau em grau até ao terrível segredo final da maçonaria.

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