O pensamento e a terminologia sobre a justiça, dizia E. Dupréel [Traité de Moral, Bruxelles, 1932, Tomo II, pp. 485 a 496], desde sempre incitaram a uma confusão entre os valores da justiça e os valores morais. Pensados muitas vezes como iguais e totalmente correspondentes, o que não é bem verdade.
A literatura moral e religiosa reconhece o homem integralmente honesto e prestável ao próximo; a justiça não é mais do que o nome comum de todas as meritocracias, o que possibilitou ao classicismo estabelecer a ideia fundamental - a moral tem como principal mola orientadora ensinar e demonstrar o que é justo fazer e o que não é justo fazer - a razão deve assim ensinar-nos a distinção entre o justo e o injusto. A justiça, sendo uma virtude entre outras, está fundada na moral.
Claro que um conceito muito próprio de classificar de justas concepções sociais adquiridas e preconizadas, nem sempre permitem a melhor justiça. A própria história revela muitos exemplos, por mais revoluções, desordens e guerras que se fizeram em nome da justiça. E quando a paz é reclamada, é dito que só uma paz justa (proclamada pelos neutrais) pode terminar com os conflitos. O entendimento de paz justa, pode depender, em muito, das condições de moralidade dos diversos intervenientes, o que explica que a tal paz justa, só seja possível quando os adversários sejam aniquilados.
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