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Corruptos e corrupções

Começa a ser fastidioso falar-se de corrupção e de corruptos. Mas em Portugal a coisa está a atingir tal ponto que se torna dolorosamente inquietante este cenário. Não há um dia em que não apareçam novos casos, em catadupa, como um rio com as suas águas em fúria. Rouba-se e corrompe-se como nunca aconteceu antes. Talvez (quase de certeza) foi para isto que o 25 de Abril foi feito.
Nestes casos mediáticos de corrupção são propositadamente omitidos certos factos que em muito ajudariam para que houvesse melhor justiça e melhores leis. Estamos perante o maior desvio dos princípios elementares do estado de direito que está bem torto para nossa desgraça e da democracia. A imunidade política de que gozam desdobra-se num leque infindável de influências e falcatruas que permitem o desvirtuamento das leis e a proliferação de decretos de lei que servem, com toda a naturalidade, para aplicar as leis conforme as conveniências. Já sabemos que o cidadão comum está fora deste esquema, para este existem outros princípios e leis.
E esta imunidade é estendida a outras figuras decorativas da ripública, como sejam, o PGR, o Bastonário da ordem dos advogados, o (des)governador do banco de Portugal e outros mais.
O que me deixa apreensivo é que parece que não há volta a dar. Ontem uns, hoje estes e amanhã outros, o saque continuará. E com a letargia bem instalada na sociedade portuguesa, amorfa e vencida pelo peso de uma máquina estatal autofágica, começo a duvidar do futuro deste nosso país.
Quando tantos conhecidos meus emigraram e continuam a emigrar, não é em vão que o fazem. Fazem-no porque estão fartos de ser roubados e mal tratados no seu país. Pelo menos lá fora há mais justiça social, conseguem trabalhar e viver sem o credo na boca, existe ainda algum respeito pelo ser humano coisa que em Portugal, infelizmente, já é coisa rara...

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