E os trotskystas?
Não é raro ouvir que o comunismo marxista-leninista versão trotskysta (o
da 4º internacional...) seria mais aberto à maçonaria do que a versão
stalinista. Invoca-se como apoio a esta tese dois argumentos. O primeiro
diz respeito à personalidade do antigo grande mestre do Grande Oriente,
o artista pintor Frédéric Zeller, dito Fred, que foi secretário exilado
de Trotsky na Noruega. O segundo antecipa o suporte ao Grande Oriente e
à Grande Loja que conduziram à Revolução de Maio de 68. Relativamente
ao primeiro argumento, é preciso dizer que Trotsky não seguiu a
directiva anterior de usar uma vassoura de ferro para limpar o partido
de maçons. O que se sabe de Zeller, é que após a guerra o mesmo se
dedicou à sua vocação de artista tornando-se um pintor renomado expondo
em todas as grandes capitais do mundo, sendo nomeado em 1953 presidente
honorário da federação das belas artes. Tal não significava uma ruptura
com o trotskysmo mas não deixa de ser evidente, que este artista, grande
amigo de Georges Pompidou, não se manifestasse mais como militante da
4ª internacional. Em verdade, o mesmo regressa ao socialismo da sua
juventude fundando em 1956 o círculo fraternal de estudos e acção
socialista que reagrupava os maçons socialistas para um verdadeiro
trabalho fracçionário nas diversas lojas, o que é de resto, um hábito
muito trotskysta.
Zeller foi iniciado em 1953 na loja Avant Garde Maçonnique à l´Órient de
Paris obtendo de seguida as dignidades maçónicas até se tornar entre
1971 e 1973 o Grande Mestre do Grande Oriente. Chegamos aqui ao segundo
argumento por outra via, pois efectivamente, na Grande Loja julgou-se
que a revolução de 68 se aproximava das grandes aspirações de
emancipação da franco-maçonaria. E então, da agitação passageira das
barricadas, muitos passaram aos laboratórios da Revolução com o Doutor
Simon. Na verdade, a única rivalidade que existia entre o trotskysmo e a
maçonaria socialista, era apenas de hierarquia e de aparelho».
Para mais pormenores consultar o livro: "La Vérités sur la Franc-Maçonnerie" de Bernard Antony, edições Godefreoy de Bouillon, 2007
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