«Até à revolução russa, em França assim como em outros países e assim
como na Rússia, os franco-mações militavam nos partidos aderentes à 2ª
internacional socialista (fundada em 1889, após a dissolução de 1880 da
1ª internacional fundada em Londres em 1864). Numerosos maçons
socialistas viram com bons olhos a primeira fase da revolução russa que,
com Kerensky, trazia para o poder numerosos irmãos. Uma parte deles
aprovaram com entusiasmo a revolução dos sovietes instigada por Lenine e
Trotsky.
[...] No 2º congresso da 3ª internacional socialista (fundada em 1919),
realizado entre 9 de Julho e 7 de Agosto de 1929, em Petrograd e depois
em Moscovo, elaboraram-se as condições exigidas aos partidos socialistas
para se transformarem em comunistas. O texto compunha-se de 21
condições para a adesão à 3ª internacional socialista ficou célebre pelo
nome "das 21 condições de Moscovo".
[...] a 22ª condição: irmão ou camarada, é preciso escolher. O facto é
que a maioria dos maçons ignorava ou fazia de conta que ignorava a 22ª
condição, que Lenine e Trotsky cozinharam, e que foi provisoriamente
secreta, interditando a todo o responsável comunista de ser também
maçom. Porquê este segredo? Para não afugentar os maçons dos países
ocidentais e nomeadamente os grandes investidores anglo-americanos que
financiaram a revolução russa. Por um lado, para os bolcheviques a
maçonaria era geralmente entendida como uma associação de "pequenos
burgueses" e na Rússia, tal como em França, antes da revolução,
foi muito marcada pela aristocracia e protegida pelos Czars. Por outro
lado ela repousava sobre um segredo e isso era considerado intolerável
para um partido cuja direcção entendia que deveria controlar tudo e
todos, sem qualquer influência exterior, principalmente de uma
associação fundada sobre o culto do segredo. A 22ª condição não
continuaria secreta por muito tempo. Durante o 4º congresso da
Internacional realizada no dia 17 de Dezembro de 1922 em Moscovo,
Trotsky anuncia que a maçonaria "deveria ser varrida com uma vassoura de
ferro"! Os idiotas úteis das lojas tinham servido os intentos
comunistas, e a 22ª condição seria aplicada em todo o lado sendo a
maçonaria proibida na URSS e os maçons dos partidos comunistas teriam
que largar o esquadro e o compasso e substituí-los pela foicinha e pelo
martelo. A vassoura de ferro da Tcheka se encarregaria dos
recalcitrantes. Para a França, o 4º congresso impôs ao comité director
do partido comunista francês liquidar antes do 1º de Janeiro de 1923
todas as ligações dos seus membros com a maçonaria.[...] um comunista
antigamente maçom não poderia exercer qualquer actividade de
responsabilidade no aparelho partidário antes de um período probatório
de 2 anos. Mas Moscovo alertava ainda que a dissimulação da pertença à
maçonaria por parte dos comunistas seria considerado como um acto de
penetração de um agente inimigo no partido, e que seria denunciado
perante o proletariado como a ignomínia do indivíduo. Na URSS isso
significava, muito simplesmente, uma bala na testa.
Era bem menos perigoso pertencer à maçonaria mesmo sendo comunista, no
governo de Vichy do que na URSS dos sovietes. Havia em França cerca de
2000 comunistas e maçons. Alguns deles preferiram a loja ao partido,
outros tentaram organizar no seio do partido comunista francês um comité
de resistência, ao arrepio das ordens de Moscovo. Foram
irremediavelmente expulsos. Apenas uma pequena parte continuou a dupla
actividade. Eram considerados os "olhos de Moscovo" e estavam
permanentemente vigiados e serviam de espiões, relatando o que se
passava na loja.
Para mais pormenores consultar o livro: "La Vérités sur la Franc-Maçonnerie" de Bernard Antony, edições Godefroy de Bouillon, 2007
Para mais pormenores consultar o livro: "La Vérités sur la Franc-Maçonnerie" de Bernard Antony, edições Godefroy de Bouillon, 2007
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